quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cinema em São João del-Rei x Adolescentes

Sinceramente eu venho aqui agora para me desabafar. Fui ao cinema à convite da minha namorada que por sua vez foi convidada por uma amiga. Era a pré-estreia mundial (só não entendo o que significa isto) do filme "2012". Chegando lá já vi que apesar de desconhecer o que era exatamente uma pré-estreia mundial, vi que aquilo realmente chamou a atenção da pirralhada dos adolescentes. Tinha uma infinidade deles de todas as "tribos", todas as tribos que podemos ver na escolinha de atores "Malhação". Todos na fila com uma vontade imensa de assistir ao filme que ficou evidente quando começaram a berrar pedindo para abrir a entrada. Pensei comigo, porque tanto barulho? Comecei a ficar puto com a situação.

Após alguns minutos na fila, entramos no cinema. Sentamos aonde sobrou lugar e logo de cara todos aqueles adolescentes não paravam de falar, ou melhor berrar, de subir nas cadeiras (!), enfim, muito barulho. Pensei que quando o filme começasse todos iriam calar a boca pra ver o filme. Que nada! Quando começou o trailer, nada, pelo contrário, mais gritaria. E quando começou o filme??? Nada de silêncio!!! Durante o filme inteiro eles se levantavam, gritavam, gritavam e compravam doces e pipocas no quiosque do cinema.

Eu realmente saí dali pensando... Puxa vida! Os caras queriam ver o filme, eles pagaram por isto. Mas simplesmente não ficaram quietos nem um segundo!!! E tinham uns que ficavam de costas para a tela. Aff! Saí dali muito puto e assustado com a juventude de São João del-Rei. Eles estavam em uma sala de cinema que funciona há 60 anos! Será que os pais destas pessoas também não sabiam respeitar as pessoas que íam ao cinema para ver o filme? Ou eu que sou um tolo que não sabe que não se deve ir ao cinema para ver a tal da pré-estreia Mundial de filmes como "2012"?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ensino e educação

Nas poucas pesquisas que faço sobre educação e aprendizagem li uma frase do Piaget que me deixou pensativo.

"O objetivo da educação intelectual não é saber repetir verdades acabadas, é aprender por si próprio".

Não preciso gritar que na prática educacional brasileira a teoria é outra. Aliás é outra bem diferente, como estamos acostumados: decoreba!

O ideal ao meu ver é: critique sempre e tire suas próprias conclusões. Só assim seríamos capazes de aprender alguma coisa, de verdade!

Na faculdade é um semestre (que na verdade nem são 6 meses) para entender o que levou anos para ser escrito. Não dá! Há anos meus professores me empurram goela abaixo o que eu tenho que saber responder corretamente numa prova que na verdade 'prova' muito pouco sobre o nosso aprendizado!

Talvez daqui há alguns anos eu ria de tudo isto que estou escrevendo. Mas a verdade é que agora é assim que eu me sinto. Não tenho tempo para aprender. O meu tempo é muito diferente do dos meus professores. E o seu e de seus colegas?

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Para pensar I

"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros".


Che Guevara

Opine sobre fatos importantes

Fui fazer uma pesquisa na internet para um trabalho da faculdade e levado, erroneamente, pelo mecanismo de busca cheguei no site do G1 da globo.com. Lá achei muito interessante a manchete de uma enquete que dizia "Opine sobre os principais assuntos da semana. O G1 quer saber o que você pensa sobre os temas do cotodiano. Mostre seus pontos de vista nas enquetes abaixo." E então fui dar uma olhada na questões propostas, já que se tratavam "dos principais assuntos da semana".

Fiquei pasmo quando vi que, para o G1 da globo.com, os principais assuntos da semana eram:

1- Qual é o melhor papel de Sônia Braga?

2- Fashion Rio: vote na musa do quinto dia

3- Seria justo Paris Hilton ficar em prisão domiciliar?

4- Fashion Rio: vote na musa do quarto dia

5- Você prefere sexo ou chocolate?

6- Fashion Rio: vote na musa do terceiro dia

7- O que você acha dos sites de pornografia?

8- Fashion Rio: vote na musa do segundo dia

A página estava datada de 08/06/07 - 18h15 - Atualizado em 08/06/07 - 18h15 e o seu link era: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL49308-5598,00.html

Na verdade não me espantou muito que eu encontrasse uma coisa dessa em um site globo.com. Mas o que realmente me preocupa é como as pessoas que leem enquetes como essas entendem o que está escrito alí. Será que essas pessoas entendem que aquela consideração sobre o mais importante da semana era uma consideração que aquele site estava fazendo, e que não correspondia a uma verdade absoluta? Será que as pessoas conseguem decidir ou pelo menos pensar sobre o que realmente é importante hoje na sua profissão, nas suas amizades, na sua família, no seu namoro, nos seu relacionamentos, na sua educação e etc? O que sobra depois da discussão sobre assuntos que, pra mim, são tão banais? Que frutos conseguiremos colher dessas argumentações que realmente servirão para o nosso crescimento pessoal, profissional, cidadão.

São perguntas. Pensemos nas possíveis respostas.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Violentamente Pacífico

Vou deixar que o Léo Carlos fale por mim. Este vídeo é do XII Festival Nacional da Imagem em 5 Minutos 2008- Violentamente Pacífico é um video de Gabriel Teixeira realizado no Bairro da Paz(Periferia de Salvador-BA) entrevistando Ras Mc Léo Carlos cidadão Ativamente Cristão morador do bairro.

Assistam e comentem. Como este camarada fala com propriedade.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As ilusões da universidade

Logo que saí do ensino médio, ainda não tinha me dado conta do tamanho do problema que eu tinha que resolver pela frente. O famoso vestibular. Pra falar a verdade, o vestibular era famoso para muita gente da minha idade, mas não para mim. Nem sequer eu tinha ainda respondido à famigerada pergunta: O que você quer ser quando crescer? Logo, logo fui incentivado a entrar para a fábrica de sonhos: O cursinho pré-vestibular. Lá, aprendi cedo com os meus colegas: o que é estudar-para-inglês-ver, a gostar de matemática, conheci o ator-professor(alguns verdadeiros ídolos da turma), e entre outras coisas... a discutir muito com a turma que bebia comigo nas sextas-feiras.

Mais do que discutir, mostrávamos nossas opiniões. Sobre tudo que se podia imaginar. Opiniões para tudo e muita rebeldia ao falar das pessoas e de seus comportamentos. A caretisse era o que mais nos intrigava. E caretisse para nós era assistir à Tv Globo, ler revistas de fofoca, não beber(é claro), escutar as músicas da moda, não conversar com os hippies de rua, enfim... O mais legal é que nosso grupo era aquele que não estudava sempre mas que no final das contas foram os únicos a passar nos vestibulares das federais da vida.

Pois bem. Vestibular conquistado era a hora de entrar para o outro mundo obscuro: a universidade. Apesar das dúvidas sobre esse novo mundo, de uma coisa tínhamos certeza, encontraríamos "gente da gente", pessoas dispostas a continuar e a contribuir com o nosso papo contra a caretisse. Confortável ilusão.

Até encontrei pessoas afim de papear sobre as tais filosofias. Mas a grande maioria das pessoas, mesmo na área de humanas e principalmente na minha área, exatas, eram um bando de caretas. A grande maioria pessoas sem espírito crítico, não conseguiam ver um palmo além do que lhes era mostrado. Com é bom e confortável ocupar o lugar em que estavam sentados. Ouvir os professores(que aliás, salvo raras exceções, sequer conseguem pensar criticamente sobre o seu papel na formação de cidadãos e profissionais), estudar para fazer prova e se preocupar em ir bem nas matérias simplesmente para mostrar aos seus professores e até mesmo para sua família e colegas que conseguem tirar uma boa nota. Estão na faculdade aqueles caras que criticávamos porque gostavam de colocar vários watts de potências sonoras em seus carros, viam televisão o dia inteiro e acreditavam no que a Globo mostrava, e pra finalizar... roupa, música, bebida, bar e mulheres da moda.

Pois é, pessoal. Achando que a universidade era o lugar sagrado dos pensamentos críticos e da quebra de paradigmas, me meti em um mundo estranho onde a formação profissional e pessoal nem sempre é levada a sério.