quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Violentamente Pacífico

Vou deixar que o Léo Carlos fale por mim. Este vídeo é do XII Festival Nacional da Imagem em 5 Minutos 2008- Violentamente Pacífico é um video de Gabriel Teixeira realizado no Bairro da Paz(Periferia de Salvador-BA) entrevistando Ras Mc Léo Carlos cidadão Ativamente Cristão morador do bairro.

Assistam e comentem. Como este camarada fala com propriedade.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As ilusões da universidade

Logo que saí do ensino médio, ainda não tinha me dado conta do tamanho do problema que eu tinha que resolver pela frente. O famoso vestibular. Pra falar a verdade, o vestibular era famoso para muita gente da minha idade, mas não para mim. Nem sequer eu tinha ainda respondido à famigerada pergunta: O que você quer ser quando crescer? Logo, logo fui incentivado a entrar para a fábrica de sonhos: O cursinho pré-vestibular. Lá, aprendi cedo com os meus colegas: o que é estudar-para-inglês-ver, a gostar de matemática, conheci o ator-professor(alguns verdadeiros ídolos da turma), e entre outras coisas... a discutir muito com a turma que bebia comigo nas sextas-feiras.

Mais do que discutir, mostrávamos nossas opiniões. Sobre tudo que se podia imaginar. Opiniões para tudo e muita rebeldia ao falar das pessoas e de seus comportamentos. A caretisse era o que mais nos intrigava. E caretisse para nós era assistir à Tv Globo, ler revistas de fofoca, não beber(é claro), escutar as músicas da moda, não conversar com os hippies de rua, enfim... O mais legal é que nosso grupo era aquele que não estudava sempre mas que no final das contas foram os únicos a passar nos vestibulares das federais da vida.

Pois bem. Vestibular conquistado era a hora de entrar para o outro mundo obscuro: a universidade. Apesar das dúvidas sobre esse novo mundo, de uma coisa tínhamos certeza, encontraríamos "gente da gente", pessoas dispostas a continuar e a contribuir com o nosso papo contra a caretisse. Confortável ilusão.

Até encontrei pessoas afim de papear sobre as tais filosofias. Mas a grande maioria das pessoas, mesmo na área de humanas e principalmente na minha área, exatas, eram um bando de caretas. A grande maioria pessoas sem espírito crítico, não conseguiam ver um palmo além do que lhes era mostrado. Com é bom e confortável ocupar o lugar em que estavam sentados. Ouvir os professores(que aliás, salvo raras exceções, sequer conseguem pensar criticamente sobre o seu papel na formação de cidadãos e profissionais), estudar para fazer prova e se preocupar em ir bem nas matérias simplesmente para mostrar aos seus professores e até mesmo para sua família e colegas que conseguem tirar uma boa nota. Estão na faculdade aqueles caras que criticávamos porque gostavam de colocar vários watts de potências sonoras em seus carros, viam televisão o dia inteiro e acreditavam no que a Globo mostrava, e pra finalizar... roupa, música, bebida, bar e mulheres da moda.

Pois é, pessoal. Achando que a universidade era o lugar sagrado dos pensamentos críticos e da quebra de paradigmas, me meti em um mundo estranho onde a formação profissional e pessoal nem sempre é levada a sério.